Sob o Pórtico

Conversando sobre a vida

A ideia de que nossa vida é finita pode até ser simples de se compreender e aceitar, mas imaginar que deixaremos nesse mundo uma porção de negócios inacabados pode ser angustiante.

Tudo isso é bobagem, porque as nossas coisas também virarão pó. Os projetos, as dívidas e as pessoas: tudo se acabará mais cedo ou mais tarde.

É bom ter as coisas em dia, razoavelmente preparadas para a hora da sua morte? É bom. Mas não podemos cuidar de tudo, não temos como amarrar todas as pontas. E é assim mesmo e não tem problema.

Do inglês, “hammock-driven development”. A ideia é a seguinte: seu raciocínio pode te levar apenas até certo ponto, mas para ir longe mesmo, você precisa deixar seu cérebro trabalhar no cenário ideal para fazer conexões: dormindo.

Então, ao invés de se debruçar por muito tempo sobre determinado problema complicado, você simplesmente alimenta seu cérebro com as informações a respeito, como a ideia geral, a mecânica das coisas, as expectativas, o prazo, as opções de implementação, as limitações, questões de custo, complexidade, etc., e para o processo por aí. Vai dormir. Descansa, sem pensar muito mais na questão.

No dia seguinte sua visão a respeito do problema inicial é muito mais clara e consistente, porque seu cérebro teve o tempo necessário, durante o sono, para fazer as conexões entre os vários conceitos e ideias.

Aprenda a assumir riscos

Do berço à escola, somos ensinados a evitar riscos. Da parte dos pais, querem nossa segurança. Da parte dos professores, querem gente que trabalhe “com carteira assinada” e “seja um bom cidadão”.

Assumir riscos e empreender são coisas pouco ensinadas e até temidas. Experimente dizer para as pessoas à sua volta que você está tomando um grande empréstimo para abrir seu próprio negócio e verá basicamente temor e desaprovação ao invés de empolgação e palavras de incentivo.

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Seus amigos são como você: cheios de defeitos. Alguns acreditam em coisas ridículas, exatamente como você até alguns meses. Outros tem pouco controle emocional, da mesma forma que você não tinha (ou ainda não tem).

O conselho de não se cercar de gente que te puxa para trás ao invés de impulsionar adiante ainda é válido. Mas cortar laços por pouco motivo não é sinal de propósito, mas de uma forma de egolatria, de excessiva sensibilidade e, provavelmente, de hipocrisia.

As pessoas irão te decepcionar. Mas lembre-se: isso está fora do teu controle. Você vai gastar energia em coisas que não pode controlar? Ser pronto a perdoar não significa que você permitirá abusos. Você pode definir limites claros e, ainda assim, agir como quem tem um coração cheio de amor e misericórdia.

Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos. Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus. (Mateus 5:43-48)

Agir sem pensar é ruim, mas ficar pensando e nunca agir é ainda pior. Comparar-se com os outros é ruim, mas não ter nenhuma fonte de inspiração é pior. Ser reativo é ruim, mas não responder a absolutamente nada é pior.

Desejar riquezas apenas pela riqueza é ruim, mas ter zero ambição também não é bom. Exagerar nos exercícios físicos é ruim, mas o sedentarismo completo não é melhor. Agir como se tivesse poder sobre os outros é ruim, mas relegar a vida à expectativa zero com os outros também é péssimo.

Veneno ou remédio: a diferença está na dose.

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Primeiro dê andamento no livro, depois corra atrás do processo de publicação.

É uma fuga muito tentadora e fácil perder-se no próximo processo antes de começar o primeiro. Trata-se de uma forma diferente de ser o homem do amanhã: ao invés de fazer as flexões e agachamentos, você gasta semanas pesquisando academias para ir. Ao invés de lavar o carro que está na sua garagem, você gasta meses pesquisando sobre o outro modelo que quer ter.

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Muitas vezes, em nossos relacionamentos com as pessoas, caímos na grande armadilha que é agir e pensar como se tivéssemos controle sobre essas pessoas. Como dito anteriormente, ninguém tem poder algum sobre você. Portanto, da mesma forma, você não tem poder algum sobre ninguém. Tudo o que podemos fazer é mexer em algumas circunstâncias.

Novamente: nós nos decepcionamos porque criamos expectativas erradas. Se esperamos que alguém faça exatamente o que queremos ou achamos correto, nos decepcionaremos. E pior: à toa.

Comparar-se com os outros nunca pode dar muito certo. Se o objetivo for conseguir sucesso em alguma área específica, que usemos o termo certo: inspiração.

Já a comparação com alguém que aparentemente é mais feliz do que você dificilmente levará a algo que não uma tristeza muito pouco justificada, já que cada pessoa é simplesmente uma pessoa diferente, enquanto a comparação com alguém menos feliz é uma ladeira lisa levando ao orgulho e à soberba.

Compare-se com você mesmo ontem. E apenas nos quatro pilares da vida do homem, nunca em circunstâncias. Não faz sentido, afinal, gastar energia no que está fora do teu controle. Para essas coisas, serenidade. Para o que podemos mudar, coragem.

Você não precisa estar distraído o tempo todo!

Repare nessa palavra: “distraído”. Distração é um termo militar (diversão também seria, mas o significado desta está muito mais soterrado pelo uso popular), que significa desviar a atenção do inimigo para algo de menor importância.

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De tempos em tempos precisamos ter algumas conversas não-triviais ou mesmo complicadas. E é natural, especialmente para os providos da voz da mente (há uma porcentagem de pessoas que não tem isso, curiosamente), no tempo que antecede a ação, simular esse tipo de conversa num diálogo interno, inicialmente com um propósito válido, que é estar preparado para os rumos que essas conversas podem tomar, mas que desliza rapidamente para um hábito terrível, que é o simples fantasiar.

Mas os homens vivem no mundo da realidade, não no mundo da fantasia.

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